quarta-feira, 11 de julho de 2007

Agressão a educadores: fatalidade ou indiferença?

Terça-feira, três de julho de 2007, a imprensa de todo o país registrou com destaque a violenta e covarde agressão à servente, dona Nair, de 67 anos, funcionária da Escola Estadual de Dracena, cidade no interior de São Paulo. Ela foi atropelada e pisoteada por estudantes de 5ª a 8ª série no portão de saída da escola. Dona Nair teve os dois braços quebrados e várias escoriações. Ao justificar o fato, a Secretaria de Educação do Município considerou o caso uma fatalidade. Talvez, melhor seria identificá-lo como absoluto desrespeito à condição de educadora daquela funcionária. Esse é mais um caso que a sociedade brasileira está se habituando, estarrecida, a assistir. É doloroso constatar que a comunidade, ao que parece, está perdendo a capacidade de se indignar com fatos dessa natureza. É impossível manter-se insensível diante de situações tão lamentáveis. Diariamente a CNTE recebe denúncias de depredações e agressões de todos os tipos dentro das escolas, seja entre alunos e professores, funcionários e alunos e entre os próprios alunos, que vão armados para a sala de aula! Denúncias como as recebidas atualmente, levaram a Confederação a realizar em 2002, uma pesquisa nacional sobre violência e consumo de drogas nas escolas, a "Retrato da Escola 2", que investigava esses problemas em estabelecimentos municipais, estaduais, públicos, particulares, rurais e urbanos de todo país. Na época, a pesquisa alertava para o crescimento da violência no ambiente escolar, apontava medidas e reforçava o argumento da responsabilidade social do poder público em promover condições para as escolas públicas e políticas sociais eficazes para o enfrentamento do problema. De lá para cá, nada aconteceu que revertesse substancialmente esse quadro. Até quando nós, educadores, teremos resistência emocional em aceitar e conviver com a violência ao nosso lado? A escola não pode se submeter a condutas que resultam em vandalismo, despreparo, indisciplina e medo. Fatores que podem levar ao desestímulo à carreira. Em nosso país, como em todos os países, a escola é a célula-mater da formação de um povo. A violência tem que ser combatida em todos os segmentos sociais e é inaceitável que atinja as instituições de ensino. O poder público tem que atuar com mais rigor. Enquanto a violência dentro da escola for tratada como mera fatalidade, o futuro da educação estará sempre sob ameaça. É preocupante.Fonte: www.cnte.org.br

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